terça-feira, 3 de junho de 2008

Unidade Fantasiada


Se daqui para frente o quadro é negro, que tal aproveitarmos os últimos momentos que nos restam? Se não acabarmos, que pelo menos comecemos a ver tudo e todos sob um novo ponto de vista. Pois vamos ressuscitar, reiventar-nos e partir do fim. Fazemos assim: fingimos que o mundo vai acabar amanhã e passemos a fazer o que sempre quisemos. Assumir o amor proibido, comer um pedaço a mais de bolo de chocolate, mandar o chefe para o inferno, levar a pessoa amada para ver as estrelas no terraço do prédio ou assumir os erros sem medo de tomar uma surra moral. O mundo, este, por mim, já encerrou. Mas dá tempo de começar outra vez. Recapitulando, vamos tentar de novo. Nunca é tarde, mas isto vai deixar saudades. Tudo de podre, de fantástico, de yuppie, de vaidade, de maravilhoso, de humano. A delícia é justamente essa. Uma grande massa quente, nunca vencida pelo tédio, a sociedade em sua grande forma física e psicologicamente raquítica. A loucura de cada um, a catarse coletiva, a falta de critério, a unidade fantasiada.

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